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Carteiros de Mococa aderem à greve nacional

Paralisação atrasa entrega de encomendas e correspondências em todo o País
(Fotos: arquivo pessoal e mococa24horas)
(25/9/2013 - www.mococa24horas.com.br) A greve dos trabalhadores dos Correios deflagrada no dia 12 de setembro em todo o País ganhou a adesão de dois carteiros em Mococa. Desde a última quinta-feira, 18, dois funcionários que trabalham no Centro de Distribuição Domiciliar, localizado na R. Cel. Diogo, Centro, aderiram ao movimento que reivindica "aumento real de 15%; reposição da inflação de 7,13%; aumento linear de R$ 200,00; reposição de 20% das perdas salariais; em defesa do Correio Saúde; entrega de correspondência pela manhã em todo o País; 6h de jornada para os atendentes; entre outros". A decisão foi tomada em assembleia da categoria realizada na terça-feira, 17, depois de a direção dos Correios recusar a proposta dos carteiros.
Já na AC-Mococa, na R. Carmo Taliberti, Centro, até o momento nenhum funcionário aderiu ao movimento.
Como a base sindical dos trabalhadores dos Correios em Mococa pertence à Campinas, estando filiados ao Sindicato dos Trabalhadores em Correios, Telégrafos e Similares de Campinas e região, o Sintect/CAS - que faz parte da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares, a Fentect -, o movimento grevista continua e está à espera de decisão do Tribunal Superior do Trabalho, já que não houve acordo com a direção dos Correios.
Segundo a Fentect, estão em greve, além de Campinas, todas as 28 bases sindicais filiadas em Minas Gerais, Amazonas, Mato Grosso, Santa Catarina, Pará, Sergipe, Santos/SP, Piauí, Bahia, Espírito Santo, Ceará, Brasília, Maranhão, Paraná, Rio Grande do Sul, Paraíba, Pernambuco; Vale do Paraíba/SP; São José do Rio Preto/SP, Alagoas, Goiás; Uberaba/MG e região, Roraima, Santa Maria/RS, Juiz de Fora/MG, Mato Grosso do Sul, Acre e Ribeirão Preto/SP. "Além desses Estados, participa da greve também o Tocantins, que não está filiado a Fentect, mas aderiu ao movimento nacional", informa a entidade.
A entrega de cartas e encomendas no Brasil está atrasada. Segundo a empresa, os serviços Sedex, PAC, e-Sedex e Malote continuam disponíveis, mas os prazos podem ser maiores do que os previstos no site. Já os serviços de entrega programada (como o Sedex 10 e o Sedex Hoje) estão suspensos em pelo menos 22 estados e o Distrito Federal.

Movimento luta por melhores condições de trabalho, saúde e segurança
(Fotos: arquivo pessoal)
Trabalhadores dos Correios lutam por saúde, segurança e melhores condições de trabalho  -  Participando de assembleia do Sintect/CAS nesta quarta-feira, 25, em Campinas, o carteiro Ricardo Oliveira, de Mococa, fala com exclusividade ao mococa24horas e revela as reivindicações da categoria.
- Quais as principais reivindicações da categoria?
Ricardo Oliveira - "Uma das principais reivindicações da pauta é a questão da saúde do trabalhador, pois a empresa quer mudar nosso plano de saúde, ou seja, terceirizar (privatizar), deixando o nosso convênio em baixa qualidade, igualando ao SUS. A empresa diz que quer reduzir gastos para aumentar superávit primário, esse plano é o que ela quer chamar de POSTAL SAÚDE, um plano de baixa qualidade e mais caro para os funcionários. Nesse plano novo, o funcionário paga uma mensalidade mesmo sem usar e quando for usar paga 50% dos gastos. Exemplo: se uma consulta for 200 reais, o funcionário paga 100 reais. Se uma cirurgia for 20.000,00 reais, o funcionário paga 10.000,00.
Nos moldes atuais, os funcionários não pagam mensalidade e tem um compartilhamento de quando usam de 10% a no máximo 20%.
(Foto: arquivo pessoal)
Os funcionários querem manter a assistência do jeito que ela é hoje. mas a empresa se recusa. Um exemplo claro do sucateamento da saúde está acontecendo em Mococa, pois a empresa não está pagando a Unimed CORRETAMENTE e a Unimed suspenderá o atendimento a partir do dia 11/10. É estranho os correios dizer que se preocupa com os funcionários,  mas deixa três recém-nascidos (filhos de funcionários) sem convênio, pois os mesmos não estão conseguindo ser cadastrados no plano médico. E tem também um funcionário que foi recém-transferido e não está conseguindo se cadastrar. A empresa diz que está regularizando, mas até lá não poderá cadastrar ninguém, porém o sindicato não recebeu nenhum informe sobre a regularização".

Nota do Editor: Quando foi concedida esta entrevista, os Correios ainda não tinham regularizado a situação com a Unimed-Mococa, contudo, segundo informações de Ricardo Oliveira, a empresa já regularizou, "por enquanto voltou ao normal".
- A entrega da correspondência pela manhã também faz parte das reivindicações?
Ricardo Oliveira (foto) - "Veja bem, todo mundo sabe que o sol pode ser cancerígeno; um sonho dos carteiros é a entrega pelo período da manhã, mas a empresa se recusa, dizendo que isso diminui o lucro. Pensa bem, a saúde não importa, mas o lucro sim".
- E a questão da segurança?
Ricardo Oliveira - "Tem também os assaltos, as agências em Mococa tanto a AC e o CDD já foram assaltados, hoje a AC é uma agência de banco e gira muito dinheiro; o sindicato está pedindo mais segurança nas agências - como colocar um guarda e porta-giratória, mas novamente a empresa diz que isso dá muito gasto. Como os atendentes fazem serviço de banco também é reivindicado que eles recebam o quebra de caixa igual de bancário e que também tenham 6 horas de jornada".
- É verdade que a entrega de correspondência e encomendas está normal em Mococa?
Ricardo Oliveira - "Em Campinas, onde é separado a carga de correspondências e encomendas para vir pra Mococa, os correios lá estão com 70% em greve. O CTC/CTE (que é onde separa as cargas) está com mais de 50% em greve. Então, está atingindo Mococa sim, mas os gerentes são orientados pelos seus chefes a dizer que está tudo normal. Para a imprensa eles dizem que está tudo normal, mas obrigam os funcionários a trabalharem de sábado e fazer hora extra pra normalizar a carga".


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