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Tributação perniciosa

 
:: Por Welson Gasparini ::
 
Em sua edição do último dia 19, o   jornal “Folha de S.Paulo” publicou, com destaque, uma  reportagem impressionante sobre os preços do remédios mostrando, com detalhes, a grande tributação onerando esses  produtos no Brasil. Faz, inclusive, uma comparação com os impostos cobrados em outros países dando-nos a certeza de acontecer alguma coisa muito errada  no processo de venda e tributação dos remédios. O  Brasil, entre 38 países avaliados, é o recordista mundial na tributação dos medicamentos vendidos, sob prescrição médica, nas farmácias.  A somatória das alíquotas dos impostos federais e estaduais incidentes sobre o produto  alcança  28%, sendo três vezes  superior à medida obtida entre os países pesquisados pelos jornalistas.
Para se ter uma ideia ,  no Brasil os impostos sobre os remédios alcançam  28%; no Chile,. 19%; na China,  16%; nos Estados Unidos,  6%; no Japão,  5%; na Rússia,  0%. Na Rússia, assim como no Canadá, México e Reino Unido não se cobra imposto nenhum sobre remédios: a alíquota é zero!
Aproveitei o tema para pronunciamento recente na tribuna da Assembleia Legislativa que aproveitei para fazer um apelo  aos  governos federal estadual no sentido de corrigirem essa distorção representada por essa alíquota de 28% sobre o custo dos remédios.  Lembrei, inclusive, levantamento  feito pelo Procon em algumas farmácias mostrando uma variação de mais de 200% nos preços dos remédios, indagando: como é possível uma situação destas quando o remédio é um item essencial ao bem estar e à saúde das pessoas? .
Assim sendo, considero importantíssimo  um controle maior nos preços dos remédios que deve começar com a colaboração do  Poder Público deixando de onerá-los com  essa tributação absurda de 28% encarecendo o seu custo e até mesmo inviabilizando sua aquisição por pessoas de menores posses. 
O Brasil não se contenta, portanto, apenas em ser o país onde são praticados os maiores juros do mundo ou um campeão negativo na tributação, entre outros itens, dos veículos automotores: é, também, quem mais tributa o medicamento que ninguém usa voluntariamente, por luxo ou  prazer.  Ninguém, é claro, fica doente porque quer. Daí minha  indignação quando vejo o governo fazendo da doença uma fonte de receita tributária evidenciada por um tipo de tributação, por todos os títulos, perniciosa.
 

 
Welson Gasparini é deputado estadual/PSDB, advogado e ex-prefeito de Ribeirão Preto.
 
 
 
 
 
 
 
(Fotos: reprodução com montagem mococa24horas e arquivo pessoal)

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