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Mensalão: "Isso não vai dar em nada", diz Karina Somaggio à IstoÉ

 A mocoquense Karina Somaggio (foto no destaque) revelou nomes
e a atuação dos principais envolvidos no Mensalão
[11/8 - mococa24horas] Desde quinta-feira passada, 2, que o país inteiro acompanha o julgamento dos 38 réus do caso "Mensalão" pelo Supremo Tribunal Federal, o órgão máximo do Poder Judiciário brasileiro. O "Mensalão", termo popularizado pelo deputado federal Roberto Jefferson/PTB em uma entrevista bombástica para o jornal "Folha de S.Paulo", em 6 de junho de 2005, é o nome dado a um suposto esquema de compra de votos de parlamentares durante o governo do ex-presidente Luiz Ignácio Lula da Silva/PT. Até sexta-feira, 10, foram ouvidos os advogados de defesa de 25 réus, entre eles José Dirceu/PT, José Genoíno/PT, João Paulo Cunha/PT, Delúbio Soares/PT, Valdemar Costa Neto/PR e Marcos Valério. Na próxima semana devem ser ouvidos outros 13 réus.
Na segunda-feira, 6, aconteceu uma das defesas mais esperadas, a do empresário e publicitário Marcos Valério, apontado como operador do esquema, que pediu sua absolvição, sustentando que teria ocorrido, "no máximo, caixa dois" de campanhas eleitorais. De acordo com a assessoria de comunicação do STF ao mococa24horas, "O Ministério Público Federal aponta Marcos Valério como “líder do núcleo operacional” de suposto esquema criminoso montado para comprar voto de parlamentares em favor de projetos do governo do PT. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu a condenação do empresário por formação de quadrilha (artigo 288 do Código Penal), corrupção ativa (artigo 333 do Código Penal), peculato (artigo 312 do Código Penal) e lavagem de dinheiro (artigo 1º a Lei 9.613/98). Embora Valério tenha sido denunciado também pelo crime de evasão de divisas (artigo 22 da Lei 7.492/86), nas alegações finais o procurador-geral da República pediu a reclassificação desse crime. Ele considerou que provas dos autos teriam demonstrado que a conduta do réu configuraria com mais precisão o crime de lavagem de dinheiro".
"Fiz tudo por patriotismo" - Em 2005, a mocoquense Fernanda Karina Somaggio, então secretária na agência de publicidade SMP&B, de propriedade de Marcos Valério, revelou nomes e a atuação dos principais envolvidos no esquema denunciado pelo deputado Roberto Jefferson (Folha de S. Paulo, edição de 6/6/2005) à revista IstoÉ Dinheiro (foto) e chamou à atenção do Brasil inteiro para o que hoje é considerado o maior escândalo dos mandatos do ex-presidente Luiz Ignácio Lula da Silva/PT. Após esta entrevista, Karina foi ouvida na Polícia Federal e na CPI dos Correios, confirmando tudo o que dissera à revista semanal, e todas as suas declarações foram comprovadas com as investigações que se seguiram. Seus depoimentos foram fundamentais para que esse julgamento no STF acontecesse.
Na edição da semana passada da revista IstoÉ (edição nº 2230), Karina, mesmo evitando a imprensa, foi entrevistada e disse que fez tudo por patriotismo e que não se arrepende. Disse que foi ameaçada de morte, que até hoje está desempregada e que ganhou todos os processos movidos por Marcos Valério contra ela. Decepcionada com a política, Karina disse à revista semanal que, "qualquer que seja o resultado do julgamento a cultura da corrupção no Brasil não mudará. Não adianta, a população é ignorante politicamente"; e que: "Aconteceu tudo aquilo e boa parte dos políticos envolvidos com o esquema continua no poder". (Fotos: Gervásio Baptista/SCO/STF/divulgação; Valter Campanato/ABr/divulgação; IstoÉ Dinheiro/divulgação)
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