Preocupação é o alto porcentual de lotes de café com problemas de bebida (Foto: Polo de Excelência do Café/divulgação) |
(25/7/2013 -
www.mococa24horas.com.br) O Polo de
Excelência do Café, órgão ligado à Emater e ao Departamento de Agricultura, da
Universidade de Lavras/MG, está informando sobre a perda de qualidade do café que as principais cooperativas do Sul de Minas estão recebendo de
seus fornecedores:
"Representantes
dos setores de classificação da Cooparaiso (Cooperativa Regional dos
Cafeicultores de São Sebastião do Paraíso) e da Cooxupé, (Cooperativa Regional
de Cafeicultores em Guaxupé) no sul de Minas, confirmaram nesta quarta-feira
(24/7) as informações de cafeicultores e técnicos da extensão de que os
primeiros lotes de cafés beneficiados desta safra apresentam grãos com peneiras
inferiores ao esperado.
Na Cooparaíso,
com base no recebimento de café dos cooperados até o momento, os grãos com
peneira 17 acima - grãos de bom padrão para o mercado - que somavam 22% no
início da safra, encontram-se em 30% atualmente. Apesar da melhora, o
percentual ainda é considerado aquém do ideal. A situação é parecida com os
números apresentados pela Cooxupé: 22% de peneira 17 acima no início do recebimento
e 27% hoje. Para efeito de comparação, a média do café com peneira 17 acima
recebido pela Cooxupé em 2012 ficou em 35%. No caso da catação, caiu de 27%
para 20% na Cooparaiso, o que é positivo.
De acordo com o
Gerente de Classificação de Café da Cooparaiso, Daniel Pereira, os lotes
recebidos dos municípios de Itamogi, Monte Santo de Minas, São Tomás de Aquino,
Jacuí, Pratápolis, Passos, Bom Jesus da Penha, Piumhi e São Sebastião do
Paraíso, apresentam uma renda média de 50%, considerada normal para a região.
No entanto, em função das chuvas de junho e começo de julho, vem sendo
observado um alto percentual de lotes com problemas de bebida, agravados pela
ocorrência de rachaduras nos frutos maduros pelo excesso de umidade, que abrem
portas para a entrada de microorganismos maléficos.
Na área de ação
da Cooxupé, o coordenador de Classificação de Café da cooperativa, Luiz Evandro
Ribeiro, demonstrou a mesma preocupação com a bebida. Ele informou que a
cooperativa recebeu, desde meados do mês de maio, 35% do recebimento previsto
para este ano. Do montante, 35% se enquadra como café fino, de bebida dura para
melhor, 45% apresenta bebida dura/riada e 20% corresponde a bebida rio.
Somados, os dois últimos, com a bebida afetada, representam 65% do café
recebido até agora pela cooperativa, um número muito elevado para os padrões do
café que a Cooxupé recebeu nos últimos anos.
Neste contexto,
um fato que vem surpreendendo os classificadores da Cooxupé, que não havia
ocorrido até então, é a perda de qualidade de bebida em lotes recebidos como
cereja descascado (CD). “Com intuito de aumentar o volume de CD, alguns
produtores de determinados municípios abrangidos pela Cooxupé estão descascando
o café bóia e colocando junto para formar um lote maior do cereja”, informou
Luiz Evandro. Ele complementou. “Como o café bóia está estragando no pé devido
às chuvas, estão estourando xícaras durante a prova sensorial do CD”, explicou
o coordenador. Ainda de acordo com Luiz Evandro, a situação observada no
Cerrado Mineiro não difere muito da encontrada no sul do Estado".
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Permitida a reprodução apenas se citadas a fonte e autoria: www.mococa24horas.com.br
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