:: Por Eduardo Ferraz ::
O momento é muito favorável
às contratações em todas as regiões do país. Dados divulgados pelo Ministério
do Trabalho e Emprego – MTE, indicam que em março deste ano foram criados no
Brasil 111.746 postos de trabalho com registro em carteira, 20,6% mais do que
em março do ano passado. Os setores que mais contrataram foram os de Serviços e
Construção Civil. Também subiram os salários, cerca de 4,47%, comparados a
2011.
Apesar de um mercado de
trabalho tão aquecido, desemprego baixíssimo e uma enorme falta de mão de obra
qualificada, muitos profissionais com ótimo currículo, são demitidos com
frequência e não conseguem progredir na carreira. O que acontece com essas
pessoas?
Dentre as cinco principais
razões que levam as empresas a demitirem seus funcionários quatro estão
relacionadas a problemas comportamentais do profissional, como ter péssimo
relacionamento com o grupo, acomodação, inaptidão para a liderança e falta de
profissionalismo (não cumprir prazos ou se atrasar com frequência). Apenas 20%
das demissões - em países com baixas taxas de desemprego, tem relação com falta
de conhecimento ou preparo técnico. Ou seja, dependendo do cargo, não adianta a
pessoa falar três idiomas, ter cursado uma faculdade de primeira linha, e ter
MBA, se suas atitudes forem ruins.
Mais do que aproveitar a
oportunidade para encontrar ou mudar de emprego, é importante que os
profissionais brasileiros invistam não só na construção de um bom currículo
como também no aprimoramento de suas habilidades comportamentais, já que mesmo
com um contexto tão favorável, as pessoas continuam a ser contratadas por seus
currículos e demitidas por suas atitudes.
Se prestarmos a devida
atenção à questão, perceberemos que atitudes ruins tem grande relação com a
falta de Inteligência Emocional.
Baixo QE pode destruir uma carreira - Até o lançamento do livro “Estruturas da Mente”, do psicólogo americano Howard Gardner, em 1983, para a grande maioria das pessoas, a inteligência era atribuída apenas a indivíduos com alto QI (Quociente de inteligência). Gardner quebrou este paradigma, mostrando em seus estudos a existência de pelo menos outras sete inteligências além do QI e que cada pessoa é habilidosa de diferentes formas. Dentre as inteligências múltiplas apresentadas pelo psicólogo, as que tratam da capacidade do indivíduo se relacionar com as pessoas e conhecer bem a si mesmo, somadas, resultam no QE, ou Inteligência Emocional.
Baixo QE pode destruir uma carreira - Até o lançamento do livro “Estruturas da Mente”, do psicólogo americano Howard Gardner, em 1983, para a grande maioria das pessoas, a inteligência era atribuída apenas a indivíduos com alto QI (Quociente de inteligência). Gardner quebrou este paradigma, mostrando em seus estudos a existência de pelo menos outras sete inteligências além do QI e que cada pessoa é habilidosa de diferentes formas. Dentre as inteligências múltiplas apresentadas pelo psicólogo, as que tratam da capacidade do indivíduo se relacionar com as pessoas e conhecer bem a si mesmo, somadas, resultam no QE, ou Inteligência Emocional.
É importante ressaltar, que o
baixo QE pode destruir uma carreira. As pessoas com pouca inteligência
emocional têm um autoconhecimento limitado, e aí começa o problema.
Normalmente esse indivíduo
não tem consciência de seus comportamentos, e tem dificuldade em avaliar o
impacto que suas atitudes causam nos demais. Como consequência, costuma ser
egocêntrico, lida mal com o estresse, tem baixa tolerância a frustrações e como
consequência, costuma apresentar os problemas comportamentais citadas como
causas para demissão.
Diferentemente do QI, que
muda muito pouco na idade adulta, a Inteligência Emocional pode ser aprimorada
através da disciplina e do autoconhecimento.
É preciso que, antes de tudo,
percebamos qual o efeito que nossos comportamentos estão causando nas pessoas,
no ambiente de trabalho, e até mesmo na vida pessoal. Para isso, é essencial
que se leve em consideração os feedbacks recebidos, seja de um superior, um
subordinado ou de parentes e amigos.
Saber usar os pontos fortes,
administrar os pontos limitantes, e persistir diante de frustrações são
atributos que fazem parte das competências de um profissional com alta
Inteligência Emocional. É importante ressaltar que isso não é importante
somente na vida corporativa. Um alto QE nos permite perceber melhor quem somos,
estabelecer relacionamentos mais saudáveis com aqueles que nos rodeiam, e
termos atitudes capazes de tornar nossas vidas muito melhores.
Eduardo Ferraz é consultor em Gestão de Pessoas há 21 anos, especialista em treinamentos usando como base a Neurociência comportamental e autor do livro "Vencer é ser você", da Editora Gente.
(Fotos: arte e arquivo pessoal)