O País o adotou como um filho, um neto, um bisneto ou um irmãozinho merecedor de total carinho (Foto: arquivo pessoal) |
| Por Welson Gasparini |
De certos temas não há como fugir porque eles mostram uma
face extremamente cruel da humanidade: é o caso do garotinho Joaquim Ponte
Marques, de apenas 3 anos de idade, estupidamente assassinado por quem,
teoricamente, deveria ampará-lo, protegê-lo e encaminhá-lo na vida. Nas últimas
semanas, em Ribeirão Preto e em todos os cantos onde a história se
espalha, não se fala em outra coisa: o pequeno Joaquim, cuja imagem inocente
foi estampada em todos os jornais e telejornais, foi adotado por todo o país
como um filho, um neto, um bisneto ou um irmãozinho merecedor de total carinho.
É impossível ver aquele semblante sereno e aquele sorriso
espontâneo sem sentir um mínimo de emoção. E é impossível, também, conter a
indignação com a maldade praticada contra essa criança indefesa, esse
verdadeiro anjinho de pureza.
Eu, sinceramente, fico feliz quando vejo Ribeirão Preto se
destacando por aspectos positivos como, por exemplo, as pesquisas científicas realizadas na Faculdade de
Medicina da USP resultando em contribuições para a saúde das pessoas; obras como
o trevão da Anhanguera, facilitando o acesso e a saída da cidade; nossas
conquistas no esporte e no atletismo; o Theatro Pedro II sendo apontado entre
os melhores do Brasil etc. Mas, por outro lado, me entristeço com o destaque
negativo ensejado pela barbárie praticada, tudo indica, pelo padrasto e com a
conivência da própria mãe que assumiu
tal risco ao se casar com um dependente de drogas.
"A perda de um filho não muda momentos da vida. A modifica por inteiro" -Tudo isto me leva a insistir numa tese da qual tanto tenho
me ocupado nos últimos tempos: a importância da difusão de valores éticos e
morais; do valor de uma família bem
constituída e, sobretudo, da força dos
bons exemplos, dentro e fora dos lares. Pessoas que praticam tal tipo de
atrocidade são destituídas de valores morais; não amam nem a Deus, nem ao próximo e nem a si mesmas!
Fico pensando no sofrimento do pai biológico desse menino e
dos seus avós para os quais ele era tudo de bom; na vida que ele poderia
viver como profissional ou pai de família; nos apelidos que poderia receber ou nas
alegrias e tristezas que poderia ter. Conforme li em artigo do jornalista Guto Silveira (ele também vítima do
infortúnio da perda de um filho ainda em tenra idade) “A perda de um filho não
muda momentos da vida. A modifica por inteiro”. É uma dor, conforme constatou o
próprio articulista, que diminui com o tempo,
mas jamais desaparece...
Ao jogar o corpo de Joaquim no rio Pardo seu algoz jogou
fora o futuro que ele poderia ter e esse, sem dúvida, é um crime imperdoável!!!
Welson Gasparini é deputado estadual/PSDB, advogado e
ex-prefeito de Ribeirão Preto.