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Vergonha: Ministério da Educação ou da Deseducação?

As recentes ações do Ministério da Educação esta semana causaram perplexidade em educadores, gramáticos, professores, escritores, pedagogos, psicólogos, pais... Não bastassem as provas do Enem e as cartilhas e vídeos produzidos com conteúdo para coibir o preconceito contra homossexuais de duvidosa qualidade sociopedagógica, o Ministério, gerido por Fernando Haddad, também está defendendo o desrespeito às normas cultas da língua portuguesa vigentes, patrocinando livros didáticos de Língua Portuguesa com escandalosos erros de concordância.
Sempre em defesa das normas cultas da língua portuguesa, a Academia Brasileira de Letras divulgou nota combatendo a lamentável atitude do Ministério da Educação, que deveria estar preocupado em melhorar o nível do ensino escolar praticado no País:
“O Cultivo da Língua Portuguesa é preocupação central e histórica da Academia Brasileira de Letras e é com esta motivação que a Casa de Machado de Assis (foto) vem estranhar certas posições teóricas dos autores de livros que chegam às mãos de alunos dos cursos Fundamental e Médio com a chancela do Ministério da Educação, órgão que se vem empenhando em melhorar o nível do ensino escolar no Brasil.
Todas as feições sociais do nosso idioma constituem objeto de disciplinas científicas, mas bem diferente é a tarefa do professor de Língua Portuguesa, que espera encontrar no livro didático o respaldo dos usos da língua padrão que ministra a seus discípulos, variedade que eles deverão conhecer e praticar no exercício da efetiva ascensão social que a escola lhes proporciona. A posição teórica dos autores do livro didático que vem merecendo a justa crítica de professores e de todos os interessados no cultivo da língua padrão segue caminho diferente do que se aprende nos bons cursos de Teoria da Linguagem. O nosso primeiro e grande linguista brasileiro, Mattoso Câmara Jr., nos orienta para o bom caminho nesta lição já de tantos anos, mas ainda oportuna, a respeito da qual devem refletir os autores de obras didáticas sobre a língua materna: "Assim, a gramática normativa tem o seu lugar no ensino, e não se anula diante da gramática descritiva. Mas é em lugar à parte, imposto por injunções de ordem prática dentro da sociedade. É um erro profundamente perturbador misturar as duas disciplinas e, pior ainda, fazer linguística sincrônica com preocupações normativas" (Estrutura da Língua Portuguesa, 5). O manual que o Ministério levou às nossas escolas não o ajudará no empenho pela melhoria a que o Ministro tão justamente aspira” (Foto: ABL/divulgação)

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