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"Precisamos aprender a cultivar menos os valores econômicos e mais os valores de vida" (Foto: reprodução/divulgação) |
Por Welson Gasparini
Atendendo gentil convite de Edna Maria Barbosa de Matos,
presidente do Rotary Clube de Ituverava, recentemente estive naquela cidade
para proferir palestra sobre um tema que me preocupa, motiva e empolga:
“FAMÍLIA.” Os jornais focalizam, todos
os dias – e com grande destaque – a violência urbana que, a cada momento, faz mais vítimas, criando um clima de
desconforto para a sociedade em
geral. Há , ainda, debates sobre quais seriam os melhores
caminhos para o desenvolvimento da nossa economia. Falam de juros, divida
pública, desequilíbrio fiscal, controle da moeda, resultados das importações e
exportações e outros temas até mesmo de
difícil entendimento para as camadas menos esclarecidas da população...
Lamentavelmente, pouca ou quase nenhuma atenção é dada à
grave crise moral que estamos atravessando. Aproveitei, assim,
minha fala para destacar a omissão dos
nossos governantes e de todos nós quanto à necessidade de uma reação diante
desse quadro desalentador representado pela desagregação familiar, origem básica de tantos desacertos... Muitas
das nossas escolas estão formando uma
juventude totalmente alienada quanto à importância dos valores de vida; as famílias, através dos pais e das mães, já não
transmitem aos seus filhos princípios
espirituais, morais e éticos que deveriam conduzir os seus atos. Há, apenas, a preocupação de orientá-los para
serem vitoriosos nas suas atividades, alcançando o maior êxito econômico possível.
A degradação moral e ética chegou a tal ponto – conforme tive oportunidade de
afirmar em pronunciamentos na tribuna da Assembleia Legislativa e em artigos para os
jornais - que a sociedade respeita e
admira o bem sucedido economicamente, desculpando suas desonestidades e vendo nas suas ações uma conduta “esperta”;.
A malandragem, em muitos casos,
chega até a ser indicada aos
jovens como o caminho mais fácil para o sucesso, não importando que o próximo ser lesado. Quem manda – segundo essa mentalidade - ele ser “bobo” ou “otário”?
A desagregação da família já está produzindo consequências
terríveis e poderá ser mais ainda agravada se não houver, reitero, uma reação.
Nos dias atuais, temos quase mais separações que novas uniões de casais. E,
principalmente na classe pobre, estas separações acabam levando os filhos dessas desuniões a serem moradores de ruas,
viverem em orfanatos ou se abrigarem, em função de delitos cometidos, na Fundação
Casa. É urgente e imprescindível,
portanto, uma avaliação serena da situação da família brasileira e a crise
de valores morais e espirituais por ela vivida
para que uma reação forte aconteça. Como parte dessa reação, precisamos
aprender a cultivar menos os valores
econômicos e mais os valores de vida; a valorizar a convivência familiar; a
estimular o respeito e o diálogo entre os pais e os filhos!
É fundamental as famílias se unirem em torno de princípios e de valores éticos e
morais; que saibam difundir, entre seus
integrantes, a importância da solidariedade, da amizade e do respeito ao
próximo; que cada um saiba respeitar e
tratar o semelhante como gostaria de ser
respeitado e tratado...
Welson Gasparini é deputado estadual/PSDB, advogado e
ex-prefeito de Ribeirão Preto.