Trabalho de professora mocoquense é classificado entre os 50 melhores do País

Projeto da educadora Tatiana Zuccolotto ajuda crianças com
problemas de oralidade, leitura e escrita
(Foto: Luiz Antônio Scarparo Maciel/divulgação; montagem: mococa24horas)

(16/8/2013; atualizada em 18/8 - www.mococa24horas.com.br) O projeto "Peça de teatro", desenvolvido na Escola Municipal de Educação Básica "Prof. Carlindo Paroli", no bairro Cohab II, em Mococa, está entre os 50 melhores do País, segundo o Prêmio "Victor Civita - Educador Nota 10", sendo selecionado entre os 3 mil  trabalhos inscritos.

Criado pela professora de português, Tatiana Luzia Smecelato Zuccolotto Amário, o projeto traz inovações para o trabalho com alunos dos 4º e 5º anos que têm dificuldades com a oralidade, leitura e escrita. Introduzindo o gênero textual dramático ao lado do estudo do gênero lendas, da metodologia de ensino "Ler e Escrever", a educadora despertou nas crianças "o encantamento das histórias por trás das lendas" e ao mesmo tempo a descoberta do mundo do teatro. O trabalho foi realizado no primeiro semestre deste ano e envolveu leitura dramatizada, pesquisa, criação, ensaio e encenação de uma peça de teatro, que foi inspirada na lenda Narciso. A peça foi apresentada no Teatro Municipal "Angelo Camin" e diante da qualidade do trabalho, foi mostrada também para alunos do ensino fundamental I de escolas da rede municipal, estadual e particular da cidade.

Em setembro, o trabalho da professora Tatiana Zuccolotto será publicado na revista Nova Escola, da Editora Abril.

Sobre o Prêmio - Considerado o mais importante prêmio de Educação da América Latina, o Prêmio "Victor Civita Educador Nota 10", criado em 1998, é a principal iniciativa da Fundação Victor Civita, da Editora Abril, para a valorização do trabalho docente e a disseminação de práticas educativas de sucesso. O objetivo é identificar, valorizar e divulgar experiências educativas de qualidade, planejadas e executadas por professores, diretores, coordenadores pedagógicos e orientadores educacionais em escolas de ensino regular. Podem participar professores, orientadores educacionais, coordenadores pedagógicos e diretores das redes públicas e privadas e de escolas comunitárias ou filantrópicas de acesso público, urbanas ou rurais, de Educação Infantil e de 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental, nas diversas disciplinas, em todo o Território Nacional.

A professora e alunos em apresentação no Teatro Municipal "Angelo Camin"
(Foto: Luiz Antônio Scarparo Maciel/divulgação)

Professora há 10 anos, Tatiana Zuccolotto é formada em Pedagogia (FaFEM/Funvic) e em Matemática (Unip), trabalha desde 2002 na Escola Nova/Unigrau, onde é professora de Matemática para alunos de 6º, 7º e 8º anos, e atua há 3 anos na rede municipal de ensino, na Emeb "Prof. Carlindo Paroli", onde é professora para alunos do 5º ano.  
Confira, a seguir, a entrevista que a educadora concedeu com exclusividade ao mococa24horas:

Qual o objetivo do trabalho "Peça de teatro" e como funciona?

Professora Tatiana Zuccolotto - "O principal objetivo da elaboração e desenvolvimento do projeto foi conseguir que meus alunos melhorassem questões de oralidade, leitura e escrita, uma vez que o projeto envolveu todas essas áreas.

Desde o começo do ano, quando percebi algumas dificuldades das crianças, pensei em realizar algo mais direcionado, que os ajudassem a superá-las, então organizei esse trabalho, juntamente com minha coordenadora, fazendo uma extensão do Programa Ler e Escrever, utilizado pela rede municipal.

Dessa forma, a partir de um projeto existente, dentro do Ler e Escrever do 5º ano (estudo do gênero lendas), introduzi o estudo do gênero dramático. Os dois projetos caminharam em paralelo durante todo o semestre e neles as crianças tiveram oportunidade de conhecer as características desses dois tipos de textos. Além de se encantarem com as histórias por trás das lendas, os alunos experimentaram o mundo do teatro. Realizaram leituras dramatizadas, conheceram peças teatrais, fizeram comparações, realizaram pesquisas, ensaiaram, encenaram. Tudo isso para que no final do estudo escrevêssemos coletivamente uma peça de teatro, que foi produzida a partir da lenda Narciso, e a apresentássemos no teatro municipal da cidade".



"Reconhecimento pelo que foi construído com meus alunos e a certeza de que oportunidade é o que faz a grande diferença na educação"
(Foto: Luiz Antônio Scarparo Maciel/divulgação)

O que os alunos aprenderam com o trabalho? O trabalho foi direcionado somente aos alunos do 5º ano?

Professora Tatiana Zuccolotto - "Acredito que depois de realizarmos todo esse estudo, os alunos melhoraram muito, em todos os sentidos. Falo isso, pois além de tudo que queria conquistar com o projeto: melhora nas questões orais, na leitura e na escrita das crianças, e que hoje são visíveis, percebo meus alunos mais envolvidos com a escola, se colocando e se expressando mais em várias situações, mais amigos uns dos outros e acima de tudo, acreditando que é possível planejar e realizar, quando há dedicação e empenho. É muito gratificante saber que uma criança que nunca tinha entrado no Teatro Municipal, teve oportunidade de viver essa experiência fantástica. É bom saber que isso que eles vivenciaram vai além das paredes da escola.

Quanto ao direcionamento do trabalho, em princípio, seria uma peça destinada apenas aos alunos dos 4º e 5º anos da rede municipal. No entanto, com a extensão que o projeto foi tomando, tudo que fomos conseguindo e a qualidade do que estava sendo produzido, resolvemos ampliar as apresentações para todos os alunos do fundamental I, das escolas municipais, estaduais e particulares da cidade".

Sua opinião sobre a seleção de seu trabalho no Prêmio. É a primeira vez?

Professora Tatiana Zuccolotto - "Nunca havia enviado nenhum projeto a concurso algum. Sem hipocrisia, nunca tive a pretensão de ganhar, mas sabia que o trabalho realizado era de qualidade. Por isso, aproveitei algo que já estava pronto e enviei ao Prêmio Professor Nota Dez. Queria ver o que ia dar. Fiquei muito contente com a classificação, afinal, ficar entre os 50 de 3.000 inscritos, mostra que o trabalho tem qualidade e isso é o que importa, reconhecimento pelo que foi construído com meus alunos e a certeza de que oportunidade é o que faz a grande diferença na educação".

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