Com o voto distrital você elege alguém cujo trabalho você conhece (Foto: reprodução da internet) |
| Por Welson Gasparini |
Estamos vivendo uma época das mais difíceis em nosso país;
ainda recentemente, grandes manifestações nas ruas e avenidas das
principais cidades do Estado e do país demonstraram, claramente, a insatisfação
popular: o povo espera mudanças, principalmente de comportamentos. Eu acredito
em duas ações, duas metas, como fundamentais
para atravessarmos o momento atual: primeiramente, de uma posição muito clara
dos políticos para, através das suas
atribuições, principalmente nos parlamentos, fazerem rapidamente, mas com muito critério, a
chamada reforma política tão necessária ao nosso país.
Vamos ter, em 2014, eleições
para escolha do presidente da república, do governador, senadores, deputados
federais e deputados estaduais. É uma eleição de grande importância para a definição das ações políticas e administrativas dos próximos
anos. E nós sabemos a necessidade de se corrigir, através da reforma política, o processo eleitoral.
O que é voto distrital? - Hoje, o custo de uma eleição é proibitivo para os candidatos
idealistas desligados de grupos econômicos, religiosos ou ideológicos: defendo, por isto mesmo, o chamado voto distrital. O que é o voto
distrital? É a divisão do estado em determinadas regiões. No caso de São Paulo,
poderíamos ter doze regiões, doze distritos
eleitorais, e os candidatos seriam eleitos nesses distritos. Competiria aos eleitores escolher,
entre os candidatos dos respectivos
distritos, aqueles merecedores de representar a região e o Estado. O voto distrital daria, ao eleitor, a
possibilidade de melhor conhecer os seus candidatos.
Ainda recentemente, falando a um grupo de jovens sobre a
importância da política na nossa vida, um deles me perguntou: “Mas como o
eleitor pode escolher um bom candidato?” Eu lhe disse: “é muito fácil. Veja
onde esse candidato mora, como ele vive com a família, onde ele trabalha, como
é com os colegas de trabalho; se já
exerceu algum cargo público, como é que se comportou; qual a prestação de contas que fez no
referente ao cargo exercido. Através
dessa análise, o eleitor poderá escolher mais facilmente os seus candidatos e
acertar melhor”.
Mas, infelizmente, pelo andar da carruagem, não deveremos ter grandes mudanças no
processo eleitoral. Já falam que as reformas políticas ficarão para as próximas
eleições e assim teremos a repetição do já acontecido. Pesquisa do Ibope nas ruas das cidades
perguntava, seis meses depois das
últimas eleições: “Em quem você votou para determinado cargo?” Sessenta e cinco
por cento dos eleitores não se lembravam mais em que candidato votara. E o mais
grave: há um desinteresse total no processo político. Cerca de 33% dos eleitores ou votaram em
branco, ou anularam o voto ou não
compareceram para votar. É preciso modificar este sistema. Temos, hoje,
30 partidos e muitos são balcões de negócios. É triste falar, mas muitos
se vendem nas composições eleitorais. É preciso reformular o processo
político-partidário, pois só assim
teremos chances de poder dar ao eleitorado condições de melhor escolher os seus
representantes. O voto distrital,
portanto, seria um grande primeiro passo rumo ao aperfeiçoamento institucional
tão necessário ao futuro deste nosso querido Brasil!
Welson Gasparini é deputado estadual/PSDB, advogado e
ex-prefeito de Ribeirão Preto.