Governo usa preço da gasolina para controlar a inflação (Foto: reprodução/divulgação) |
| Por Welson Gasparini |
O movimento pela revitalização do setor sucroenergético
ganhou força, é inegável, neste ano de
2013 mas ainda não terminou: frentes parlamentares (a exemplo da criada na
Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, na Câmara Federal e na Câmara
Municipal de Ribeirão Preto) continuam
sendo criadas em outras assembleias legislativas e em outras câmaras municipais.
Criou-se a consciência da importância de
acabar, urgentemente, com essa
crise de tão graves consequências para os plantadores de cana, os
trabalhadores e a indústria canavieira. Em três anos, o consumo do álcool caiu 40% nos veículos que
circulam em nosso País; despencou,
justamente, devido a política do governo
federal de usar o preço da gasolina como instrumento de controle da inflação.
De 2006 a
2013, sob o controle do governo federal,
o valor subiu apenas doze por
cento nas bombas. E sabe-se que o preço do etanol está atrelado a 70% do valor
pago pela gasolina, uma vez que o consumo de motores flex é 30% maior que o da
gasolina.
Neste ano, dos brasileiros com carros flex, apenas 23% estão
abastecendo com etanol (álcool). Em 2009,
o registro era de 66% de
motoristas fazendo uso do produto ecologicamente limpo em substituição à
gasolina. Como resultado dessa situação o setor sucroenergético do País entrou
em grave crise. Nos dois últimos anos, 57 usinas no País encerraram suas
atividades criando forte crise entre os trabalhadores, com grande índice de
desemprego nas indústrias e usinas cujas atividades estão relacionadas a esse
importante setor. E, nas atividades rurais,
houve graves prejuízos aos plantadores de cana, que perderam seus empregos,
e aos proprietários rurais, que ficaram desamparados com a produção sem destino
e se perdendo no campo. É verdade que o governo federal fez a desoneração do
PIS/Cofins para o etanol em abril, mas a
medida não foi suficiente para retirar o setor da crise.
No centro, vereador Mauricio Gasparini e deputado Welson Gasparini em reunião na Frente Parlamentar Intermunicipal, em Ribeirão Preto (Foto: divulgação) |
A Assembleia Legislativa de São Paulo tomou posição firme e
criou a Frente Parlamentar em Defesa do Setor Sucroenergético; ao lado do meu
amigo, deputado Roberto Morais, sou coordenador da Frente e várias reuniões
foram realizadas na Assembleia Legislativa com a participação das lideranças
dos diversos setores que atuam no sistema produtivo atingido por essa crise. Em
Brasília, na Câmara Federal, também foi criada uma frente parlamentar para
sensibilizar o governo federal quanto à importância de urgentes medidas para
acabar com essa crise do setor sucroenergético do País; igual providência foi
adotada na Câmara Municipal de Ribeirão Preto onde, por iniciativa do vereador
Mauricio Gasparini, foi criada a Frente
Parlamentar Intermunicipal de apoio ao setor sucroenergético.
É preciso, entretanto, que o governo federal sinta a
gravidade da questão e tome providências em defesa, sobretudo, dos trabalhadores antes que seja tarde demais. São milhares nas
cidades e nos campos enfrentando o desemprego. Há também os empresários que
acreditaram na importância da produção do etanol para o País, tanto para a
economia quanto para a melhoria das
condições de meio ambiente.
Espero, sinceramente, a sensibilização do governo federal
expressa em medidas urgentes e efetivas para devolver, ao etanol, a importância perdida nos últimos anos.
Welson Gasparini é deputado estadual/PSDB, advogado e
ex-prefeito de Ribeirão Preto.