Defensoria Pública Estadual não atende o soldado da PM por conta da não comprovação de insuficiência de recursos financeiros |
| Por Welson Gasparini |
Apresentei, na Assembleia Legislativa, projeto de lei
dispondo sobre a obrigatoriedade do Estado fornecer assistência jurídica
integral e gratuita aos policiais militares que, no exercício de suas funções,
se envolverem ou serem implicados em casos demandando tutela jurídica, seja judicial ou extrajudicial. Razões para tanto
não faltam porque a Polícia Militar do
Estado de São Paulo (PMESP) exerce função imprescindível para a sociedade ao realizar
atividades de prevenção e repressão ao crime, colaborando para garantir a
manutenção da ordem e da segurança pública para todos os cidadãos. A título de
exemplo, destaco algumas das ações da Corporação: Polícia Ostensiva, Polícia de
Trânsito, Programa de Policiamento Escolar, Programa de Policiamento Integrado,
Programa de Forças Táticas, Programa de Policiamento Comunitário, Programa de
Radiopatrulha – Atendimento "190" e Programa ROCAM, entre muitos outros.
Diante da relevância do papel exercido pelo Policial Militar
– mais ainda numa época tão violenta como a ora vivida pela própria sociedade
brasileira - e do amplo aspecto de
ocorrências em que pode se envolver ou ser implicado - considero de absoluto bom senso
proporcionar-lhe a devida assistência jurídica gratuita a fim de garantir, ao
menos, a tranquilidade de possuir essa tutela ao seu dispor quando dela necessitar
em razão de atos executados ou não praticados no exercício de seu dever
funcional.
Arriscam a própria vida - Em decorrência da própria natureza da atividade exercida, muitas vezes os Policiais se encontram em
situações que demandam alguma espécie de assessoramento jurídico, seja
judicialmente ou extrajudicialmente. Contudo, muitos deles não dispõem de recursos financeiros para arcar
com tal despesa, e, por outro lado, não preenchem os requisitos para receber
assistência da Defensora Pública do Estado, em geral atendendo pessoas que ganham até 3 (três) salários
mínimos, Desse modo, a Defensoria Pública Estadual não atende o
soldado da polícia militar por conta da não comprovação de insuficiência de
recursos financeiros.
Meu projeto, além do mais, não representa nenhuma inovação
porque essa prática de assistir o PM diante de um processo legal já existe em
estados como o Maranhão e Minas Gerais. Tanto os policiais mineiros quanto os
maranhenses contam com esse amparo ainda negado ao policial paulista que, em muitas ocasiões, chega até a ficar sem a
devida orientação jurídica em razão de não possuir condições para arcar com
este custo.
Considero imprescindível, portanto, até mesmo para corrigir
uma flagrante injustiça, o Estado proporcionar
assistência jurídica integral e gratuito a esses profissionais, não raro
arriscando a própria vida para defender vidas e patrimônios alheios.
Welson Gasparini é deputado estadual/PSDB, advogado e
ex-prefeito de Ribeirão Preto.
(Fotos: SP Notícias-Ciete Silvério/divulgação e arquivo pessoal)