Goldemberg comenta o programa energético brasileiro |
:: Por Luiz Felipe Guimarães, da AUN/USP ::
[13/10 - www.mococa24horas.com.br] Em palestra realizada no Instituto de Física da Universidade
de São Paulo, José Goldemberg, ex-ministro da Ciência e Tecnologia, Educação e
Meio Ambiente do Governo Collor, e ex-reitor da USP, comentou sobre o programa
energético brasileiro, apresentando dados sobre a matriz energética nacional e
perspectivas para os próximos anos.
Goldemberg começou sua apresentação explicando de onde o
Brasil tira sua energia. O País possui uma das matrizes energéticas mais limpas
do mundo, graças aos recursos hidráulicos, à biomassa e ao etanol. Quase 75% da
eletricidade consumida no país provêm de hidrelétricas.
Mesmo assim, o Brasil ainda depende muito de combustíveis
fósseis, como o petróleo. O ex-reitor tocou na importância ambiental de adaptar
as fontes de energia do muno. De acordo com Goldemberg, a produção e consumo de
energia são os maiores responsáveis pela poluição da atmosfera e pelo efeito
estufa, mas fez uma ressalva: “Querendo ou não, os combustíveis fósseis
trouxeram uma vida confortável para 25% da população mundial”.
De acordo com Goldemberg, em quase dois séculos o consumo
mundial de energia saltou de 15 exajoules (1 exajoule =
1.000.000.000.000.000.000 joules) para 500 exajoules. Para efeitos de
comparação, um exajoule equivale a 174 milhões de barris de petróleo. “Estamos
atingindo o pico das reservas de carvão, gás e petróleo no mundo”, advertiu o
professor.
2030: consumo de energia no Brasil triplicará - O
ex-ministro também explicou como funciona o planejamento elétrico nacional,
baseado na relação entre renda per capita e o consumo de petróleo. Goldemberg
considera esse método equivocado, pois não considera fatores que aumentam ou
reduzem o consumo de energia, como o clima de determinado país ou região. O
governo faz previsões para o cenário econômico para daqui algumas décadas. São
estipulados diversas situações, com crescimento, retração ou estabilidade do
PIB. De acordo com essas previsões, em 2030, mesmo com o pior cenário econômico
possível, o consumo de energia no Brasil triplicará.
Goldemberg também apresentou o que devem ser os próximos
investimentos em energia. A expectativa é que se aumente a participação da
energia eólica na matriz energética nacional. Também estão previstas novas
usinas hidrelétricas sem barragens na região do Amazonas. O ex-reitor fez
breves comentários sobre a energia nuclear, por considerar sua produção muito
complexa, e disse que os problema do pré-sal estão mais no campo político do
que técnico. Ele também apontou alguns problemas, como a falta de investimento no
aproveitamento da biomassa e da energia solar. Para o professor, é bobagem
dizer que não podemos depender de energia renovável.
O
conteúdo deste site esta licenciado sob (This work is licensed under a)
Creative Commons Atribuição-No Derivative Works 3.0
Brasil License.
Permitida a reprodução, apenas
se citadas a fonte e autoria