“Somos iguais à morte, ignorados e puros e bem depois o cansaço brotando nas asas seremos pássaros brancos, à procura de Deus” (Hilda Hilst)
Falar da morte de um homem que gostava de celebrar a vida a cada minuto do dia é muito difícil. Como difícil será sua ausência na luta pela preservação do patrimônio histórico e fotográfico da cidade. Então, só nos resta comemorar sua passagem por nossas vidas neste dia 7 de abril, Dia do Jornalista, e repetir, no ofício que mais gostava, a de escrever, que a sua ausência prematura deixará saudades. Muitas saudades e uma certeza. A certeza que sua falta estará sempre marcada em nossa memória afetiva.
Quando adolescente, tive a honra de conviver com ele no jornal “A Mococa”, do mestre Edgard Freitas. Às vezes ia buscar suas “Notinhas”, louco para saber a última do “Chibufa”, simplório personagem que acompanhava a coluna semanal, e as resenhas esportivas que escrevia semanal e religiosamente, e aproveitava para auscultar suas palavras de sabedoria e de incentivo.
Sempre ligado ao jornalismo, foi correspondente de vários veículos de comunicação conceituados do país, como “A Gazeta Esportiva”, “Diário Popular”, “Correio Paulistano”, Emissoras Associadas. E um emérito colaborador da imprensa local (“Gazeta de Mococa”, “A Mococa”, “Jornal da Cidade”, “Hoje”, “Café com Leite”, “O Destaque”...).
Era um agitador das boas causas da cidade, incentivador dos esportes e pela sua máquina de escrever a história de Mococa passou e ganhou cor e paixão. Tudo sem preconceito. Tudo sem politicalha. Tudo muito tudo. A sua lista de aniversariantes que publicava no jornal era o termômetro da cidadania mocoquense, muito mais que títulos e honrarias.
Como era um homem do bem, era uma unanimidade entre os letrados, os analfabetos e os miseráveis. Era o “seo” Malim da coletoria, o “seo” Malim da piscina, o “seo” Malim da rádio, o “seo” Malim do jornal, o “seo” Malim da loja Zamarian, o “seo” Malim das ruas...
Enfim, uma extraordinária figura humana que com simplicidade, inteligência e sabedoria representou e escreveu a história da gente mocoquense como ninguém, mesmo tendo nascido nas Minas Gerais (Arceburgo).
:: Por Auricí Silva Dias ::
:: Por Auricí Silva Dias ::