Força produtiva do setor corre risco de se estagnar por omissão das autoridades federais |
| Por Welson Gasparini |
Das mais positivas, sem qualquer dúvida, a recente reunião
em defesa do setor sucroenergético idealizada pelo prefeito de Sertãozinho,
Zezinho Gimenes, e congregando, nas dependências do Teatro Municipal daquela
cidade, representantes de todos os elos da cadeia desse segmento tão importante
econômica e socialmente para o país. Propomo-nos, eu e o colega Roberto Morais
(PPS), articular uma Frente Estadual
enquanto, no âmbito federal, dessa tarefa se encarregarão os deputados
Arnaldo Jardim (PPS-SP), Duarte Nogueira (PSDB-SP) e Mendes Thame (PSDB-SP).
A cadeia produtiva do setor sucroenergético é realmente
significativa: emprega, diretamente, 2,5
milhões de trabalhadores, reunindo cerca
de 400 usinas, 80 mil fornecedores de cana e 4 mil indústrias de base,
distribuídos em mais de 600 municípios brasileiros e produzem acima de 5000 hectares de cana
por ano. No entanto, toda essa força produtiva corre o risco de se estagnar a
curto prazo pela ausência do setor produtivo de açúcar e etanol nos planos
estratégicos do governo. É para enfrentar essa omissão das autoridades federais quanto aos riscos de
sobrevivência enfrentados pelo setor que a Assembleia Legislativa do Estado de
São Paulo e a Câmara Federal estão se
mobilizando.
As dificuldades - explicitadas num documento denominado “Carta de Sertãozinho”, aprovado naquela oportunidade e subscrito por lideranças empresariais e trabalhistas - não se restringem aos produtores, mas a toda uma cadeia produtiva, que não busca subsídios ou proteção; são, sim, contrários a eles, especialmente os regionais e pontuais que ao invés de resolver os problemas estruturais, aumentam o preconceito e desmoralizam a comprovada competência do setor, contribuindo para diminuir a competitividade, a eficiência, a produtividade e a inovação tecnológica nele existentes.
44 usinas deixaram de moer cana nas duas últimas safras - A falta de políticas claras e previsíveis de preços desorganiza o setor que fica numa verdadeira saia justa: ora produz etanol, ora produz açúcar, chegando a comprometer o abastecimento dos produtos para atender a demanda. O valor da produção sucroenrgética é utilizado como instrumento de controle da inflação e atrelado ao preço da gasolina.
As dificuldades - explicitadas num documento denominado “Carta de Sertãozinho”, aprovado naquela oportunidade e subscrito por lideranças empresariais e trabalhistas - não se restringem aos produtores, mas a toda uma cadeia produtiva, que não busca subsídios ou proteção; são, sim, contrários a eles, especialmente os regionais e pontuais que ao invés de resolver os problemas estruturais, aumentam o preconceito e desmoralizam a comprovada competência do setor, contribuindo para diminuir a competitividade, a eficiência, a produtividade e a inovação tecnológica nele existentes.
44 usinas deixaram de moer cana nas duas últimas safras - A falta de políticas claras e previsíveis de preços desorganiza o setor que fica numa verdadeira saia justa: ora produz etanol, ora produz açúcar, chegando a comprometer o abastecimento dos produtos para atender a demanda. O valor da produção sucroenrgética é utilizado como instrumento de controle da inflação e atrelado ao preço da gasolina.
Os números levantados são assustadores: • 44 usinas deixaram
de moer cana nas últimas duas safras. E mais 10 deixarão de moer na próxima
safra; • 100 mil empregos foram extintos no período; a desnacionalização
ultrapassa 40% do setor; • As indústrias da cadeia produtiva não têm encomendas
e trabalham a 50% da sua capacidade nominal, enquanto observam a consolidação
dos produtores asiáticos; • Não existem projetos de novas plantas, como
demonstra a carteira de consultas do BNDES.
São de duas naturezas os problemas: conjunturais e estruturais, todos eles requerendo medidas imediatas e planejadas . Ainda em 2003, quando da 2ª. reunião da então recém instalada Câmara Setorial do Açúcar e Álcool, registrou-se em ata o compromisso de implementar um marco regulatório para o setor; 12 anos depois e ainda não ocorreram iniciativas concretas para efetivá-lo.Diferentemente da Petrobras, a cadeia produtiva do etanol não tem a mesma capacidade de suportar prejuízos, pois não dispõe de subsídios e nem é beneficiado por políticas públicas.
Na conjuntura atual, o quadro é agravado pela inflação dos custos de produção , muito maior dentro dos portões da indústria do que o índice oficial, represado artificialmente pelas políticas de controle de preços. Urgem, portanto, medidas que resolvam os problemas imediatos e conjunturais do setor possibilitando-lhe sobreviver, ganhar musculatura e retomar sua capacidade de investimentos para, num segundo momento, se reestruturar para um crescimento sustentável.
São de duas naturezas os problemas: conjunturais e estruturais, todos eles requerendo medidas imediatas e planejadas . Ainda em 2003, quando da 2ª. reunião da então recém instalada Câmara Setorial do Açúcar e Álcool, registrou-se em ata o compromisso de implementar um marco regulatório para o setor; 12 anos depois e ainda não ocorreram iniciativas concretas para efetivá-lo.Diferentemente da Petrobras, a cadeia produtiva do etanol não tem a mesma capacidade de suportar prejuízos, pois não dispõe de subsídios e nem é beneficiado por políticas públicas.
Na conjuntura atual, o quadro é agravado pela inflação dos custos de produção , muito maior dentro dos portões da indústria do que o índice oficial, represado artificialmente pelas políticas de controle de preços. Urgem, portanto, medidas que resolvam os problemas imediatos e conjunturais do setor possibilitando-lhe sobreviver, ganhar musculatura e retomar sua capacidade de investimentos para, num segundo momento, se reestruturar para um crescimento sustentável.
Welson Gasparini é deputado estadual/PSDB, advogado e
ex-prefeito de Ribeirão Preto.